Era verão e tinha o hábito de ir à praia depois do trabalho
com algumas colegas. Saíamos relativamente cedo e trabalhávamos perto da praia.
Já era um ritual. Um dia, não me lembro porquê, decidimos mudar de praia. Chegadas
à praia, dirigimo-nos ao bar e pareceu-me ver uma pessoa na esplanada que em tempos me foi
muito especial e que também em tempos me proporcionou a minha maior desilusão
amorosa. Mas estava sem óculos de sol, o sol estava a pique e fiquei na dúvida.
Entrei no bar. Essa pessoa, que até então não tinha a certeza de ser ela, entra
no bar atrás de mim, passa-me à frente, salta por cima do balcão (em vez de ir
dar a volta) e pergunta-nos o que queremos tomar. Efectivamente, essa era a tal
pessoa. Pedimos qualquer coisa para beber e quando eu vou abrir a boca para
dizer que queria a minha bebida natural, a pessoa não me deu tempo e
acrescenta: já sei que a tua é natural, por causa da garganta. Era um assunto
mais que resolvido mas nesse momento percebi que tinha valido a pena. Valeu a
pena a desilusão da altura, as lágrimas que verti e a vontade exagerada de
quase morrer para o mundo. Tinham-se passado 8 ou 9 anos e lembrou-se de como
eu pedia as bebidas. Senti que o tinha sentido e vivido com ele não tinha sido
em vão. Isto passou-se há dois verões e há pouco tempo, em conversa com uma
amiga que está a atravessar uma fase complicada de assuntos do coração, acabei
por lhe dar este exemplo. Quis que ela acreditasse que nada é em vão. Hoje,
voltei a lembrar-me disto quando recebi um pedido de amizade no facebook, da
pessoa em questão.
El farolillo
Há 2 semanas
bémmmm bémmmmm
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