Pensamentos Kafkianos em cor-de-rosa

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sapatos, pés sem sapatos e sapatos com pés




Foi amor à primeira vista.
Conhecemos-nos pela net.
Ganharam uma importância tal, 
que sempre que ligava o skype para falar com os meus pais,
 acedia ao site da zara para as ver.
E o amor foi crescendo.
Ficou a promessa que quando regressaria a Portugal, as iria ver.
E assim fiz.
Em Abril, quando voltei de Luanda, fui vê-las.
Não quis parecer fácil, não as trouxe comigo.
Passado pouco tempo fiz um entorse no pé, 
com direito a canadianas e afins.
Não iria conseguir calçá-las nos próximos 2 meses.
Mais uma vez, não as trouxe comigo.
Não faria qualquer sentido.
Mas o amor tem destas coisas.
Tem razões que a razão desconhece.
E o meu coração queria-as.
Desesperadamente.
Achei que devia seguir o meu coração e rumei à Zara mais próxima.
Não havia o meu tamanho
Comecei as buscas.
Alarguei a busca para outros distritos do país.
Nada de nada. 
Só tamanhos entre o 40 e o 41.
Saí da minha zona de conforto.
Andei pelo olx.
Encontrei-as por 79,90 quando na Zara custavam 29,90.
Convenci-me que não eram para mim.
O que lá vai, lá vai.
Um dia, vou à Zara porque dá cá aquela palha e lá estão elas.
As únicas.
O meu tamanho.
A implorar pelo conforto do meu lar.
Percebi que era amor verdadeiro.

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