foi o que senti ao ouvir um "Uauuu" sincero acompanhado de uma expressão de incredulidade inicial, que logo deu lugar a um sorriso de orelha a orelha. A Mary é quem me limpa o quarto, trata das refeições e da roupa. Das várias meninas que executam a mesma tarefa, a Mary é a única que trabalha. Também é a primeira a chegar e a última a sair. A Mary tem uma filha que aos 4 anos de idade teve malária. "Os médicos dizem que lhe apanhou as pernas, mas vai voltar a andar" disse-me ela quando a deixámos no Centro de Reabilitação para ir buscar a filha. Faz 4 anos que não anda. Mas a Mary acredita que ela vai voltar a andar. Eu prefiro não pensar nisso. Mas respeito a Mary. Fiquei com o coração apertado, apertado. Quis comprar um mimo, não sei se para a Mary, se para a filha dela. Comprei para filha (acho eu) umas sabrinas cor-de-rosa com um laço. Se inicialmente senti alegria, depois fiquei de coração apertado. Outra vez. A felicidade no rosto da Mary por algo que para mim, para nós é tão banal, deixou-me a pensar. Não gosto deste tipo de pensamentos.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
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é mesmo assim as experiências que vamos tendo ao longo da nossa vida, trazem-nos a sabedoria para entender e compreender melhor o nosso semelhante, apesar de nos trazer tristeza, faz de nós melhores pessoas.
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