Lembro-me das feições dela.
Lembro-me de me ter emprestado um fato de banho para ir nadar para a barragem.
Lembro-me de gostar do fato de banho. Era amarelo com letras azuis e sujei-o com coca-cola.
Víamos-nos menos do que uma vez por ano.
Fui ao casamento dela. Não me lembro, mas sei que fui.
Não a vi desde então. Passaram talvez 15 anos. Ou mais.
Lembro-me de termos idades próximas. Confirmei. Tinha mais 5 anos do que eu.
Lembro-me dela ser meiga, simpática, doce. Boazinha, como as pessoas lhe chamavam.
E continuaram a chamar até à semana passada.
Mas ninguém foi boazinha para ela.
Diziam, entre soluços e choro que ela ajudava sempre todos.
Mas ninguém a ajudou a ela.
Ninguém a compreendeu, ajudou ou foi boazinha para ela.
Faz hoje uma semana que desistiu de viver.
domingo, 19 de julho de 2015
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o suicidio deve ser a maior atrocidade que um ser humano pode cometer com ele próprio, tem que estar completamente destroçado e descompensado, é muito triste. Adeus D.
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