Sim ou não? Eis a questão.
As opiniões dividem-se e todos os argumentos são válidos e justificáveis.
Se há alguns anos afirmava a pés juntos que não tinha espírito de emigrante, aqui estou a engolir o que disse. Dizia-o lá do alto da minha vida desafogada de preocupações. Tinha trabalho estável e ordenado certo a cada final do mês. Mas como nem tudo é perfeito, havia a impossibilidade de crescimento profissional, o que me levou a arriscar o certo pelo incerto e mudei de emprego. Para melhor. E foi melhor. Até a empresa se ressentir e por constrangimentos financeiros começar a reduzir o pessoal. Até reduzirem comigo e abalarem o meu mundo.
Quando o ano passado recebi uma proposta de trabalho para colaborar em projectos para Angola, aceitei prontamente. Viajar? Conhecer uma nova cidade que por acaso até fica noutro continente? Conhecer outra cultura? Conhecer o "cheiro" tão falado de África? Ver outra cor de terra? Contem comigo! Aceitei o desafio. Seria uma experiência bastante enriquecedora! Passado um ano, vou voltar e o sentimento que tenho é o mesmo. Um desafio. Uma experiência. Uma aprendizagem. Não sou emigrante, pois não me estabeleço noutro país, apenas lá permaneço durante um período de tempo. Mas uma coisa é certa. Vou à procura de melhor, tal como os emigrantes. Vou para trabalhar, tal como os emigrantes o fazem quando não conseguem trabalho no seu país. A verdade, é que também eu não consigo trabalho no meu país. Diz que é geral. Diz que está difícil.
Argumentos que nada valem e nada servem para cumprir com as responsabilidades que assumimos e queremos manter.
Quando digo a familiares e amigos que já tenho data marcada, as reacções são quase unânimes. Coitadinha de mim, ir lá para tão longe, tem de ser não é?, não arranjas cá nada?. São comentários que me fazem pensar na emigração. Afinal, ninguém considera a minha ida para Angola (num determinado período de tempo) como um desafio, uma experiência, uma aprendizagem ou uma melhoria de currículo. Isso sou eu que considero. Os outros consideram que eu vou emigrar.
penso como tu, é uma experiência muito gratificante e tendo trabalho melhor, pois em portugal o emprego deixa muito a desejar.
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