Pensamentos Kafkianos em cor-de-rosa

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vale sempre a pena



Era verão e tinha o hábito de ir à praia depois do trabalho com algumas colegas. Saíamos relativamente cedo e trabalhávamos perto da praia. Já era um ritual. Um dia, não me lembro porquê, decidimos mudar de praia. Chegadas à praia, dirigimo-nos ao bar e pareceu-me ver uma pessoa na esplanada que em tempos me foi muito especial e que também em tempos me proporcionou a minha maior desilusão amorosa. Mas estava sem óculos de sol, o sol estava a pique e fiquei na dúvida. Entrei no bar. Essa pessoa, que até então não tinha a certeza de ser ela, entra no bar atrás de mim, passa-me à frente, salta por cima do balcão (em vez de ir dar a volta) e pergunta-nos o que queremos tomar. Efectivamente, essa era a tal pessoa. Pedimos qualquer coisa para beber e quando eu vou abrir a boca para dizer que queria a minha bebida natural, a pessoa não me deu tempo e acrescenta: já sei que a tua é natural, por causa da garganta. Era um assunto mais que resolvido mas nesse momento percebi que tinha valido a pena. Valeu a pena a desilusão da altura, as lágrimas que verti e a vontade exagerada de quase morrer para o mundo. Tinham-se passado 8 ou 9 anos e lembrou-se de como eu pedia as bebidas. Senti que o tinha sentido e vivido com ele não tinha sido em vão. Isto passou-se há dois verões e há pouco tempo, em conversa com uma amiga que está a atravessar uma fase complicada de assuntos do coração, acabei por lhe dar este exemplo. Quis que ela acreditasse que nada é em vão. Hoje, voltei a lembrar-me disto quando recebi um pedido de amizade no facebook, da pessoa em questão. 

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