Pensamentos Kafkianos em cor-de-rosa

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Não gosto particularmente do natal mas também não deixo de gostar. É do género, não me incomoda mas também vivia bem se não existisse. Mas já gostei muito do natal. Lembro-me de em criança  adorar todo o ritual, desde a escolha do pinheiro (sim, éramos uns selvagens, eu escolhia o pinheiro e o meu pai cortava-o à machadada), aos enfeites da árvore, com a estrela bem lá no topo e os presentes em redor da árvore eram estudados ao pormenor. Gostava especialmente de chegar da escola e ir a correr para a árvore para ver se havia algum presente novo. Gostava especialmente de me apanhar sozinha na sala e pegar nos presentes, sentir-lhe o peso, abaná-los, tentar ver para além do papel de embrulho e levantar uma ponta ou outra da fita cola. Na adolescência continuei a gostar, embora ache que o que eu gostava mesmo era de ter o natal como pretexto para pedir aqueles presentes mais caros e com menos utilidade. E foi assim até à idade adulta. Depois começaram a acontecer situações menos agradáveis no natal, incluindo situações de doença de familiares. Ano após ano, natal após natal, era certinho direitinho. Comecei a não gostar do natal. O primeiro natal que passei na minha casa, teve direito a árvore (que é a de sempre, faz parte da decoração  da sala, mas nesse ano levou com enfeites) e a presentes. O segundo natal teve direito a presentes espalhados pela sala mas não me apeteceu tratar da árvore. Este é o terceiro natal e nem árvore, nem presentes. Ainda não tratei rigorosamente de nada e na verdade, não tenho vontade nenhuma. Não, não estou triste, deprimida ou contra o mundo. Só não sinto que seja mágico. 

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