Introspecção #1

2012 chegou e com ele trouxe-me frieiras. Apareceram de mansinho mas logo se alastraram pelos dedos e mãos. Não conseguia fazer rigorosamente nada. Quando digo nada, é mesmo nada. Tomava banho de luvas de látex pois não suportava a água nas mãos e lavava o cabelo na cabeleireira, pois os meus dedos nem sequer dobravam. Foi assim até março ou abril. Março trouxe-me o desemprego e o falecimento da minha avó materna. Abril trouxe-me a feria de Sevilha (o ponto alto do ano :) ). Em maio tomei uma decisão quanto a um amor que parecia não ter pernas para andar, embora o meu amor tenha permanecido até hoje. Tive uma tese de mestrado tirada a ferros. A comunicação com os orientadores foi péssima do principio ao fim, a orientação fraca, as dúvidas não me foram esclarecidas e ouvi o dito por não dito. Um pesadelo  que quase me fez desistir. Apareceram várias oportunidades de emprego que não se concretizaram. Apareceu uma luz ao fundo do túnel, que não brilha com a intensidade que necessito, mas que vai brilhando e me vai mantendo na esperança de dias melhores. E para terminar o ano com a cereja no topo do bolo, estou à espera da minha mãe para irmos ao médico pois estou com dores de garganta fortíssimas. Daquelas que mal consigo falar, não consigo fumar e não consigo perceber se é do frio ou da alergia que nunca ninguém conseguiu diagnosticar.