Pensamentos Kafkianos em cor-de-rosa

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dos sustos

Há cerca de um ou dois meses, alertaram-me para o facto de eu estar com os pés e tornozelos inchados. Não liguei. Associei ao facto de ter torcido um pé e ter estado um mês praticamente sem andar. Quando voltei a andar, foi sempre de ténis. Esse era o primeiro dia que calçava sandálias de salto alto e estava um calor brutal. Entretanto tenho andado sempre com as mesmas sandálias. Baixinhas e fresquinhas que só elas. Nunca mais liguei aos pés e tornozelos, até à semana passada, em que tive que ir a uma reunião de saltos altos e quando cheguei a casa parecia que tinha patas de elefante. No dia seguinte, a minha mãe fez-me uma surpresa daquelas que tanto gosto: sapatinhos novos! Pois é, foi aos saldos e comprou-me uns sapatinhos da zara, que andei a namorar  a primavera e o verão inteiros e outros no cortefiel, que apesar de ser uma paixão recente, não deixava de ser intensa. E surpresa da surpresas, não me serviam! Conferimos que era o meu número para aí umas 280 vezes e tentei calçá-los outras tantas vezes. Não só não me serviam, como pareciam ser aí dois números abaixo do que calço. Então, a minha mãe teve a ideia infeliz de sugerir que eu experimentasse outros sapatos que já tinha. Pâ-ni-co! Nada me servia! Tentámos encontrar várias explicações, nenhuma servia. Pânico total, a minha mãe porque estava preocupada que pudesse ser algo de saúde e eu, preocupada sim, mas com o investimento que fui fazendo ao longo da vida em sapatos. Fomos ao médico. Estou a tomar medicação. Tenho dois tarolos de madeira debaixo dos pés da cama, para fazer altura e dormir com os pés elevados. Diz que é para o sangue circular. Qualquer dia volto ao médico, mas desta vez para dizer que o sangue me subiu à cabeça e que a bandolete não me serve! Fiquei a saber que ao longo da vida podemos mudar de número de sapatos, pelo que assim de repente, posso deixar de calçar o 37 (e com isso os meus muitos pares de sapatos) e passar a um 38, por exemplo. A boa notícia é que os sapatos começaram a servir-me. 

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